
Quatro lados da espera: economia, direito, beneficiário e governo
A demora no pagamento de precatórios e RPVs não é apenas burocracia. É um fenômeno que pode ser lido sob quatro perspectivas: a perda econômica, a fragilidade jurídica, o sofrimento do beneficiário e o cálculo político do governo, que usa o tempo a seu favor.
Precatórios e RPVs: A visão econômica
Quando o crédito judicial demora a ser pago, quem perde é sempre o credor (beneficiário). A inflação corrói o poder de compra, os juros das dívidas bancárias crescem e as oportunidades desaparecem.
Nos precatórios, essa espera pode atravessar anos e governos. Nas RPVs, embora a lei fale em 60 dias, existe todo um trâmite prévio até chegar ao TRF que pode levar meses. O resultado é um imposto invisível sobre o crédito: ele vale menos a cada dia parado.
É verdade que há correção monetária quando o pagamento acontece, mas ela nunca acompanha integralmente a perda sofrida no dia a dia.
Enquanto índices oficiais tentam repor o poder de compra, o credor já deixou de aproveitar descontos à vista, já pagou juros de cartão ou cheque especial e já perdeu chances de aplicar o dinheiro em alternativas mais rentáveis.
Essa equação cria um cenário perverso: o Estado ganha fôlego financeiro, mas o cidadão perde liquidez, capacidade de consumo e estabilidade econômica. No fim, o crédito parado significa mais endividamento, menos investimento e, muitas vezes, a perpetuação de um ciclo de dificuldade financeira para quem mais precisa.
Precatórios e RPVs: O aspecto jurídico
Do ponto de vista jurídico, o problema é estrutural. O direito já foi reconhecido por decisão judicial definitiva, transitada em julgado, mas a efetivação desse direito não ocorre em tempo razoável — afrontando diretamente o princípio constitucional da duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF).
No caso dos precatórios, a demora se consolida em diferentes camadas:
- Trânsito em julgado – encerramento da discussão do mérito.
- Liquidação de sentença – elaboração dos cálculos, muitas vezes contestada pela União ou autarquias.
- Expedição do precatório – quando o crédito é enviado ao tribunal competente.
- Inclusão orçamentária – o precatório expedido é incluído no orçamento do ano seguinte.
- Pagamento – apenas no exercício orçamentário posterior, podendo levar de 1 ano a mais de 10, dependendo do ente devedor e de mudanças legislativas.
O tempo, na prática, é elástico. Um precatório pode ser expedido em 2025, entrar no orçamento de 2026 e só ser pago no fim de 2027, ou ainda cair em parcelamentos autorizados por emendas constitucionais — como a EC 94/2016, a EC 113/2021 e, mais recentemente, a PEC 66/2023. Cada alteração cria novas exceções, adia prazos e mina a confiança do credor.
Já no caso das RPVs, o discurso de celeridade também é enganoso. A Constituição e a lei determinam pagamento em até 60 dias, mas esse prazo só começa a contar após a autuação no TRF. Antes disso, existe um percurso de meses:
- solicitação de cálculo,
- elaboração pela Contadoria ou pelo próprio ente público,
- conferências e impugnações,
- homologação do valor,
- envio ao tribunal.
Somente depois da autuação é que se inicia a contagem do prazo de 60 dias. Ou seja: a parte “rápida” do processo ignora a espera anterior, que costuma ser a mais longa.
O resultado é um direito reconhecido que permanece suspenso. Uma Justiça que decide, mas não entrega. Um sistema que se apoia em normas constitucionais e legais para garantir o crédito, mas que, na prática, perpetua a demora como política de gestão orçamentária.
No fim, o recado é claro: enquanto o credor espera, o Estado se beneficia do tempo.
É um direito que não se paga é um direito incompleto.
Precatórios e RPVs: O lado do beneficiário
Entre todas as perspectivas, a do beneficiário é a mais dura. É ele quem sente na pele os efeitos da demora. Por trás de cada precatório e RPV existe uma vida em compasso de espera:
- O aposentado que precisa custear medicamentos ou um tratamento médico e se vê sem condições de manter a própria saúde.
- Servidor ativo ou inativo que contava com as diferenças salariais reconhecidas judicialmente para pagar dívidas, planejar uma compra ou organizar a vida financeira.
- A família que depende da restituição para quitar contas, matricular filhos, comprar alimentos, regularizar a casa.
- O pequeno empresário que espera um crédito tributário para manter o caixa da empresa funcionando e evitar demissões.
A cada mês de atraso, o impacto se multiplica. O dinheiro que poderia aliviar as dívidas vira mais juros no cartão de crédito ou no cheque especial. O valor que poderia garantir estabilidade se transforma em insegurança. O que deveria trazer tranquilidade gera ansiedade, insônia e frustração e tantos problemas.
Do ponto de vista psicológico, a espera desgasta. Muitos beneficiários relatam sensação de injustiça e impotência: venceram o processo, mas continuam vivendo como se tivessem perdido. A luta pela ação já foi longa e difícil, e a demora no pagamento soa como uma segunda condenação.
Há também a questão geracional. Em precatórios de longa espera, não é raro que o titular faleça antes de ver o dinheiro. Os herdeiros assumem a posição de credores, mas o peso emocional e burocrático só aumenta. Em alguns casos, famílias inteiras atravessam décadas aguardando um crédito que já deveria ter sido pago.
Enquanto o Estado ganha tempo e a máquina pública reorganiza seus cofres, o beneficiário paga a conta da espera com qualidade de vida, dignidade e oportunidades perdidas. É ele, afinal, quem mais apanha nessa história.
Precatórios e RPVs: Atuação do governo
Se para o credor a demora é sinônimo de perda, para o governo ela é vantagem. Federal, estaduais e municipais utilizam a postergação dos pagamentos como mecanismo de controle orçamentário. É uma prática que preserva os cofres públicos no curto prazo, mas transfere o peso da conta para quem menos pode carregar: o cidadão que já venceu na Justiça.
Como o governo se beneficia da demora:
União (Precatórios Federais e RPVs)
- A cada ano, parcela bilhões em dívidas judiciais, muitas vezes sob a justificativa de “ajuste fiscal”.
- Emendas constitucionais recentes (como a EC 94/2016, a EC 113/2021 e a PEC 66/2023) prorrogaram prazos e flexibilizaram regras de pagamento, institucionalizando o atraso.
- As RPVs, que deveriam ser céleres, ficam meses na fase pré-TRF, permitindo ao governo segurar recursos.
Estados
- Muitos enfrentam filas gigantescas de precatórios, com atrasos que passam de uma década.
- Usam a narrativa de crise fiscal para justificar moratórias e parcelamentos.
- Ao não pagar no prazo, preservam receitas para custeio imediato, mas deixam milhares de cidadãos sem acesso ao que é devido.
Municípios
- São campeões em atrasos e parcelamentos.
- Em alguns casos, precatórios municipais se arrastam por mais de 20 anos.
A ausência de mecanismos rígidos de cobrança faz com que prefeitos usem a postergação como regra de sobrevivência financeira.
As injustiças cometidas:
- O Estado cobra pontualmente tributos e pune quem atrasa, mas não cobra a si mesmo quando deve.
- Enquanto o contribuinte perde bens por dívidas fiscais, governos acumulam dívidas judiciais bilionárias sem consequências práticas.
- O tempo, usado como estratégia, corrói o valor real do crédito e impõe ao credor um custo que nunca será devidamente reparado.
A postergação de pagamentos funciona, na prática, como um empréstimo compulsório e sem juros tomado pelo Estado às custas da população.
Precatório e RPVs: Quem são os que esperam?
Por trás de cada precatório ou RPV existe um beneficiário, muitas vezes invisível nas estatísticas. São cidadãos comuns e também instituições que enfrentaram anos de processo até conquistar uma decisão favorável contra o Estado.
- Cidadãos e empresas que moveram ações contra a União e suas autarquias ou fundações — como o INSS, universidades federais, IBAMA, ANVISA, entre outros.
- Servidores públicos federais, ativos, aposentados ou pensionistas, que aguardam diferenças remuneratórias, progressões, gratificações, auxílios e outras verbas reconhecidas judicialmente.
- Segurados do INSS que venceram ações e têm valores atrasados a receber.
Precatório: a sentença é a espera!
Precatórios e RPVs não têm apenas o valor reconhecido em sentença. Eles carregam também o peso da demora:
- Economia, perda de poder de compra.
- No direito, fragilidade da Justiça.
- Para o beneficiário, dor e frustração.
- No governo, tempo ganho às custas de quem espera.
Essa conta invisível é paga todos os dias pelo credor que, mesmo vitorioso, continua aguardando.
Vender ou esperar?
Essa é a dúvida de quem tem um precatório ou uma RPV. Mas a verdade é que, quando olhamos de perto, a espera quase sempre custa mais caro do que parece.
O custo de esperar
- A fila é longa: meses para uma RPV, anos e talvez décadas para um precatório.
- Nesse período, a inflação corrói o valor real do crédito. O dinheiro que você tem no papel vale menos a cada mês.
- Dívidas bancárias, cartão de crédito e cheque especial crescem em ritmo muito mais alto do que qualquer correção judicial.
- O risco de mudanças legislativas ou parcelamentos é constante, especialmente nos precatórios.
- Muitos beneficiários sequer chegam a ver o dinheiro, deixando o crédito para herdeiros.
Esperar parece seguro, mas é uma aposta contra o tempo — e o tempo sempre favorece o governo.
A vantagem de vender Precatório e RPV
- Você transforma um direito em realidade imediata.
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- Resolve dívidas caras, aproveita descontos, organiza a vida financeira e pode até investir.
- O contrato é transparente e comunicado ao juízo, garantindo segurança jurídica.
Mais importante: você ganha autonomia sobre o próprio crédito, sem depender da fila da Justiça.
A escolha inteligente
Quem decide vender abre mão de uma parte do valor, é verdade. Mas em troca garante algo muito maior: a certeza de ter o dinheiro em mãos agora, quando ele faz diferença.
A espera pode consumir seu tempo, sua tranquilidade e até seu poder de compra. Vender significa antecipar o direito, proteger o valor e colocar o controle nas suas mãos.
No fim, a pergunta “vender ou esperar?” tem uma resposta clara para quem não quer mais perder tempo: vender é a maneira mais eficaz de transformar o crédito em vida real.
Esperar custa caro. Antecipe seu precatório ou RPV e proteja seu valor agora.
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